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SOBRE SLOW BLOGGING, RITMO DE VIDA, FIM DOS LIKES&...

SOBRE SLOW BLOGGING, RITMO DE VIDA, FIM DOS LIKES…

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Já faz um bom tempo que o termo slow blogging não sai da minha cabeça. Não lembro ao certo quando e onde ouvi falar sobre ele, nem quando comecei a entender bem o seu conceito, mas lembro que desde o primeiro momento tudo se encaixou e fez total sentido pra mim. Foi pensando nele que resolvi voltar com o blog, é pensando nele que mantenho meu perfil no Instagram e possivelmente em todas as outras redes sociais que eu venha a me interessar. É com base nele também que muitas vezes escolho quais criadores de conteúdo desejo seguir, acompanhar e me inspirar.

Mas por que esse seria o assunto do meu “primeiro post oficial” após a volta do blog? Porque faz sentido pra mim, porque é algo que quero compartilhar e que gostaria muito de ajudar a expandir, porque acho que pode impactar muita gente positivamente, porque é sobre o que mais tenho vontade de escrever agora… e olha só, esse é justamente um dos maiores princípios do slow blogging: postar quando der vontade, com vontade e propósito.

De forma geral, tenho que ser honesta e dizer que não sou 100% adepta a movimentos slow: adoro e valorizo o slow fashion, por exemplo, mas confesso que sou grande consumista de fast fashions. Acho incrível e extremamente saudável o conceito de slow living, mas minha vida costuma ser mesmo uma loucura.  É por isso, inclusive, que o blog nasceu há muito tempo atrás, e é pelo mesmo motivo que “precisei” abandoná-lo.

Quem cria conteúdo na internet hoje em dia sabe que um dia sem postar foto no Instagram significa uma semana. Uma semana sem stories, um mês. Um mês sem post no blog, um ano. O ritmo da vida online é acelerado e essa aceleração é completamente proporcional ao nosso dia a dia e a nossa vida real. Sim, nossa – de quem produz e de quem consome. Ou você também não fica ansioso pelo vídeo do seu youtuber favorito que posta todos os dias às 18h? Ou pelos stories da influenciadora que está com viagem marcada para Dubai na semana que vem? Já pensou se fulaninha não mostra em tempo real o lançamento da marca x?

E qual é o grande problema disso? Nenhum, desde que saibamos nos encaixar e respeitar. Desde que consigamos entender os nossos limites e prioridades. Desde que a gente entenda que nem sempre (ou quase nunca) velocidade e frequência estão ligadas a verdade e qualidade. E principalmente: desde que a gente entenda que é humanamente impossível saber/ participar de tudo que está acontecendo o tempo inteiro.

O que significa, então, ser uma “blogueira lenta”?

Pesquisando mais sobre o slow blogging, me deparei com conteúdos muito interessantes e que me inspiraram ainda mais. Um deles foi o post da Maki, do blog Desancorando, que elenca cinco pontos fundamentais desse movimento. Segundo ela, produzir conteúdo segundo uma filosofia de slow blogging significa:

  1. postar quando der vontade: e não por pura necessidade de manter uma página atualizada. por mais que eu ache incrível quem consegue, ainda hoje, publicar conteúdo novo todos os dias, a ideia aqui é se permitir aproveitar ao máximo as vivências que você tem e deixar a criatividade dizer quando é o momento de publicar algo novo;
  2. postar com propósito: agora, você não escreve só pra se “manter relevante”, mas tudo tem um propósito, um motivo, e uma reflexão mais profunda. o conteúdo é mais bem pensado e desenvolvido.
  3. você escrever presente: como a ideia é não postar a primeira coisa que aparece na cabeça, mas criar um conteúdo de qualidade e com carinho, é meio óbvio que escrever vira um ritual. você se coloca mais presente, mais consciente do que tá fazendo, e vê os resultados disso no conteúdo que você faz;
  4. você estudar mais: sabe as mil abas com textos maravilhosos que você-precisa-ler e que ficam abertas por um mês antes de você desistir daquilo e fechar tudo? então. ser adepto do slow blogging significa se dar mais tempo para ler mais, o que quer que seja, e curtir aquela leitura. tem uma coisa de ser mais seletivo com o conteúdo que você consome também, entende? o que, sendo honesta, eu acho beeem do legal – e uma coisa que eu tenho tentado fazer.
  5. levar o seu tempo: vai escrever? escreve com calma, respira fundo, deixa as ideias fluirem tranquilas, lembra que a escrita te ama também. não precisa correr, sabe? pra ler, a mesma coisa. dá pra fazer tudo isso com calma, sem a sensação de que você tá competindo com o relógio.

 

Isso não te tranquiliza? Pra mim está completamente ligado a ideia de meditação através da escrita que comentei no último post e incrivelmente conectado à vontade genuína que senti nos últimos tempos de voltar a escrever no blog. Como falei mais a cima, também consigo relacionar à criação de conteúdo nas redes sociais: já tive muitas crises de identidade com a minha “presença online”. Já pensei em ter um Instagram pessoal e privado, já fiquei semanas sem postar nenhuma foto… As coisas só melhoraram quando comecei a entender, mesmo sem ainda conhecer o slow blogging, que está tudo bem não seguir o ritmo frenético que todo mundo segue. Aliás, tá tudo (muito) bem não seguir todo mundo, nem o que todo mundo faz.

A gente ouve e julga tanto muitos conteúdos e perfis da internet como fúteis, rasos, banais… Mas esquecemos que muitas vezes a urgência vêm de nós mesmos. Urgência de querer saber mais, de ver mais, de acompanhar em tempo real. Como a Mika falou ali em cima, há quem consiga viver o momento, absorver o que está se passando e ainda transmitir com qualidade para o público quase que instantaneamente, mas vamos combinar? Estamos falando de uma minoria. Em geral, vejo posts e mais posts de influenciadores (no plural e, geralmente, ao mesmo tempo) com comentários genéricos e informações questionáveis de uma rápida pesquisa no Google que até pode funcionar para muitos, mas até quando?

A intenção desse post não é julgar ninguém, quem cria ou consome o “fast blogging” (posso chamar assim? ahahah) seja nos próprios blogs ou nas redes sociais, mas sim levantar um questionamento sobre o tema. Sobre o quanto colaboramos para o que julgamos e às vezes até nos moldamos no que não concordamos para um resultado mais imediato. É uma via de mão dupla: de quem produz e quem consome.

Slow blogging x Fim dos likes

Como todo mundo já sabe, no mês passado os likes do Instagram foram ocultados. Falou-se muito e levantou-se mil e uma suposições sobre os reais motivos que levaram tio Mark a tomar essa decisão, mas um fato é indiscutível: sem os likes visíveis, os números deixam de ser fator relevante (ou principal) para considerar o engajamento e a relevância de um conteúdo. Voltamos um pouco à internet do passado em que o objetivo principal era compartilhar e trocar, e não somar.

Com o “fim dos likes”, criadores de conteúdo e marcas passarão a valorizar métricas mais qualitativas. Menos likes, mais comentários. Memes, por exemplo, são incríveis, mas com que frequência? Com que profundidade? Consigo ver uma grande influência e, principalmente, um grande espaço para o slow blogging aí. Se antes muitos criadores sentiam-se presos ao algoritmo e a necessidade de postar a todo tempo para “provar-se digno do reconhecimento do algoritmo e de seus likes”, hoje surge uma certa liberdade.

Outro conteúdo interessantíssimo sobre o slow blogging, dessa vez em vídeo, é do canal da Nátaly Neri. Vou linkar o vídeo aqui, mas também quero destacar três trechos que achei superrelevantes:

Blogar na velocidade da vida é respeitar o tempo da internet e entender que o tempo da sua vida às vezes pode ser outro, mas é também dizer não ao conteúdo descartável.

(…) Não é porque é passado que é descartável. Poder rodar a timeline e encontrar sempre conteúdos bons é revigorante!

(…) Slow blogging é respeitar os nossos tempos individuais e valorizar a qualidade em detrimento da quantidade.

Depois de um ano sabático, a rainha e dinossaura da internet, Júlia Petit, voltou para as redes e falou em algum vídeo porque não voltará com o Petiscos e porque sua frequência de postagens será reduzida. A explicação era algo como: “existe todo e qualquer tipo de conteúdo sendo produzido na internet o tempo todo, por que ser e fazer mais do mesmo?”. Eu não poderia descordar mais disso vindo dela, afinal acho que ela sim tem muito ainda a acrescentar. Mas descontextualizando a pessoa da frase: é isso!

Faz sentido pra vocês? Pra mim faz tanto… Tanto que talvez esse post tenha realmente sido o exemplo mais genuíno de slow blogging. Tô aqui sentada na minha cama escrevendo exatamente o que penso, sobre o que acredito, compartilhando algumas das minhas pesquisas e sendo muito feliz em levar este tema adiante. Já falei no último post, mas reforçando: assim que vai ser por aqui e é assim que tem sido em todas as minhas redes sociais – posts com vontade e sentido, na minha frequência e não na da internet, mas, a cima de tudo, com relevância e agregadores.

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A gente se vê nos próximos posts, enquanto isso aproveita pra dar um search nos conteúdos mais antigos aqui do blog! Eles existem e adivinha só… ainda fazem todo o sentido <3

 


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