Essa leitura é antiga, mas como estava sentindo falta de posts mais literários aqui no blog resolvi “ressuscitar” algumas resenhas, já que as minhas leituras atuais estão um pouco paradas (mas voltarão, eu juro, haha!).

Em Como Entrei na Lista Negra da Hermès, o autor,  Michael Tonello, conta a história dos três anos mais marcantes de sua vida, quando era um maquiador e cabeleireiro famoso nos Estados Unidos, mas resolveu largar tudo e mudar-se para Barcelona. Na Europa, sua vida profissional ia de mal a pior até conhecer o “maravilhoso mundo do e-Bay”  e descobrir que existem pessoas que pagam valores inacreditáveis por artigos de luxo – principalmente por aqueles que carregam o logo da Hermès. Dessa combinação, Tonello viu a solução para seus problemas financeiros e passou a comprar lenços raros da marca em Barcelona e vender para clientes colecionadores dos Estados Unidos, onde as peças eram extremamente raras. Sua carreira ia de vento em popa até receber um pedido “estranho” de uma cliente: uma Birkin, a bolsa mais luxuosa, cobiçada, cara e impossível de conseguir da Hermès. A partir daí foram meses de estratégias fracassadas até o empresário descobrir a “fórmula secreta da Birkin” e passar a furar filas de espera enormes de até dois anos para se tornar um dos maiores, se não o maior, comprador (e revendedor) de Birkins que a Hermès já conheceu.

Por mais que essa não seja a leitura mais enriquecedora do mundo, Como Entrei na Lista Negra da Hermès é um daqueles livros que você começa a ler por curiosidade e depois vai se transformando em uma leitura leve, gostosa e instigante. Dono de um humor inteligente e uma história no mínimo desconcertante, Tonello sabe como prender o leitor até as últimas páginas com sacadas incríveis sobre a personalidade dos vendedores das lojas da Hermès do mundo inteiro, além de ser um ótimo observador e conhecedor de celebridades e pessoas que vivem só por aparências.

Acabei o livro me sentindo uma expert em artigos da Hermès, haha! Essa é uma leitura de certa forma agregadora para quem se interessa por moda: eu, por exemplo, nunca imaginei que fosse tão complicado conseguir uma bolsa Birkin, muito menos que a marca faria um esforço para as pessoas não comprarem suas peças. Dá para acreditar?  A única dúvida que Tonello me deixou é se sua “fórmula de comprar Birkins” funcionaria hoje em dia… Anyways, se alguém já leu me conta aqui o que achou também, ok?

Beijos,

Flávia